Empreendedoras se dedicam a gestão de negócios
A 60km de São Paulo, São Roque é conhecida como terra do vinho, cercada por paisagens, clima agradável e restaurantes de bom gosto. E é na imensidão desta cidade moderna que a empresária Lígia Ramos Azenha, 43, escolheu viver. Há cinco anos ela administra o Restaurante Adelino, famoso pela feijoada e parmegiana de filé mignon aos sábados.
Por outro lado, temos Cruzeiro, localizada na Região Metropolitana do Vale do Paraíba. E é neste berço que vive a mineira do norte do estado, Francisco Sá, Maria Lúcia Batista, 68, renomada culinarista e especialista no preparo do arroz vermelho com suã, a tradicional iguaria de sua cidade natal. Ela considera-se cruzeirense de coração, onde reside há 28 anos. “Eu comecei muito cedo a ter o gosto de cozinhar, tinha oito anos e foi com o meu pai lá na roça num fogão a lenha e nunca mais parei”, afirma.
A escolha de assumir os negócios da família
Formada em comunicação social com habilitação em relações públicas pela Cásper Líbero, por vários anos Lígia trabalhou em agência de publicidade em São Paulo. Ela conta que o pai Adelino por trinta e cinco anos foi o proprietário do tradicional Restaurante Kim, que também fora do avô dela, mas que em 1993 foi vendido.
Somente em 2000 o Restaurante Adelino nasceu, quando o seu pai retornou à atividade, aderindo ao sistema self-service por quilo com pratos mais tradicionais ao cardápio da nova casa. Foi em 2013 que ela iniciou as atividades, levada essencialmente por dois motivos: a insatisfação da vida na capital e o chamamento do pai para ajudá-lo.
“A gente trabalhou durante dois anos e ele ficou doente e veio a falecer, e em 2014 e de 2015 até agora eu assumi as atividades e toco sozinha”.
O atendimento e a qualidade dos serviços prestados fizeram com que o local obtivesse uma clientela cativa. “Temos pratos bem tradicionais, é o caso da feijoada e filé mignon aos sábados, mas durante a semana oferecemos um cardápio variado”.
O impacto gerado pela pandemia
O surgimento da pandemia afetou as atividades comerciais e muitos foram obrigados a fechar suas portas. Mesmo com a nova situação, a empresária tentou manter a casa aberta. Mas ela continua determinada:
“Mantenho o restaurante com todos os desafios e a mesma qualidade. Atualmente, sou a cozinheira (já era a chefe), então o volume de trabalho aumentou e a demanda não. O propósito é não perder a qualidade e manter firme a tradição do negócio”, finaliza.
Arroz vermelho faz história em Cruzeiro (SP)
Prato de sabor inigualável, o arroz vermelho com suã foi elaborado durante a participação de Maria Lúcia no Revelando São Paulo, programa da Secretaria de Estado da Cultura.
“Fizemos uma pesquisa para saber o que poderia ser tradicional e a conclusão foi exatamente a do arroz vermelho com suã, que era a comida preferida dos tropeiros que viajavam por aqui rumo às Minas Gerais”.
Desde então, o município ganhou destaque com o prato que se fez presente na culinária do evento, sendo o primeiro em São José dos Campos. “É interessante dizer que a maioria das pessoas ainda não o conhecia, era uma novidade para elas e até causava curiosidade pela cor, mas a partir do momento que experimentaram, transformou-se num sucesso”.
Além de ser saudável, o arroz vermelho é mais rico que os demais e quando acompanhado com a suã, torna-se um prato de sabor inigualável. Orgulhosa, ela dá a receita e mostra como deve ser preparado: “É cozido com suã – a coluna do porco, que é o osso da bisteca, e por isso tem também sabor especial. Após o preparo é servido com farofa de couve, tutu de feijão, mandioca frita e torresmo a pururuca”.
Atualmente, Maria Lúcia está construindo um espaço em sua casa com fogão a lenha para manter a tradição e oferecer às pessoas, o que a mantém esperançosa.