Uma das características mais singulares e culturais do interior paulista é o tradicional sotaque de seus moradores. Se você já visitou e conversou com alguém de lá, sabe muito bem do que estamos falando.

O sotaque caipira é um dos que contribui para que a rica cultura interiorana seja tão fascinante. E hoje vamos te introduzir melhor a este mundo, apresentando as gírias mais comuns no interior paulista. Vem com a gente!

As origens do dialeto caipira e o jeito de se falar no interior

Por mais diferente que possa parecer, o sotaque caipira tem suas origens atreladas à capital do estado. Isso mesmo: foi na cosmopolita São Paulo que nasceu o hábito de se puxar o erre em palavras como porta, porteira e carta.

E quem nos faz essa afirmação é um especialista no assunto. Manoel Mourivaldo Santiago Almeida é doutor em filologia e língua portuguesa pela USP, além de pesquisador do Projeto Caipira da FFLCH-USP (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo).

A iniciativa, que tem como objetivo contar a história do português falado no interior do estado, já conseguiu determinar também como é que esse dialeto nasceu. De acordo com Almeida, foi a partir da relação entre indígenas e não índígenas, nos séculos 16 e 17.

“Esse dialeto [caipira] está em formação desde esses primeiros contatos ocorridos na extensa região do então planalto de Piratininga entre falantes da língua portuguesa e das diversas línguas indígenas.”

Coube, então, aos bandeirantes levar interior adentro a tão particular forma de falar.

As gírias mais comuns do dialeto caipira

Calma: se você não conhece os principais termos de sotaque do interior paulista, nós separamos alguns deles e vamos te contar o que eles significam.

  • A fonética caipira é marcada principalmente pelo R puxado e a troca do o LH por IÉ, como em: enxovar (enxoval), mir reais (mil reais), muié (mulher), oiá (olhar), Apeá (descer), saracoteá (provocar os outros), rumá (tomar um rumo), coió (bobo);
  • Há palavras que se unem e formam uma nova, como em talequá (tal e qual) e malemá (mal e mla);
  • “Vou lá na cidade”, que significa ir ao centro da cidade em que se está;
  • “Pousar”, que significa dormir na casa de alguém
  • “Fala mais do que o homem da cobra”, que significa falar demais
  • “UAI”, que significa dúvida, espanto ou surpresa
  • “Biboca”, que quer dizer casa pobre, escondida, pequena e de palha, mas também pode significar algum tipo de venda, comércio. 
  • “Boca-de-siri”, que é o mesmo que ficar calado, fazer silêncio ou guardar segredo.
  • “Chamego”, que significa agrado, sedução, flerte, paixão e namoro.
  • “Fuxicar”, é utilizada no sentido de fofoca ou fuxico.
  • “Na chincha”, é o mesmo que conversar com alguém e dizer diretamente o que quer, sem rodeios.
  • “Pinguço”, que é conhecida em grande parte do país por se referir à pessoa alcoolizada.
  • “Troncho”, é o mesmo que mau elemento, bandido, bobo, mas também pode designar pessoa ou outro ser vivo com algum membro deficiente ou amputado.

Agora que você aprendeu que a gíria é um elemento muito importante para a cultura do interior, acompanhe o #Radar nas redes sociais. 

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Alexandre Fernandes

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